Back to the news

Ping Pong com Cesar Gyrão, conheça o time de peso do Oi STU Open

Credits: Renata Lopes

No Oi STU Open decidimos que o skatista precisava fazer parte dos processos. Estar junto na construção de cada fase, cada passo. Nosso conteúdo especializado trouxe um time de peso para reforçar o material em fotos, vídeos e textos. Fizemos um ping pong com esses caras para vocês conhecerem melhor quem eles são e como o skate virou profissão. Segue o primeiro da lista. 

 

ENTREVISTA CESAR GYRÃO – Embaixador da Revista Tribo Skate e skatista old school. Somou ao time Oi STU Open de Comunicação com produção e assessoria de conteúdo especializado.

 

 

Fs grind nose grab – Urgh Vert War, Ultra Skatepark, 1989. Foto: Jair Borelli

1 – Você construiu sua carreira no jornalismo esportivo, dedicado ao skate, mas também deu o ponta pé em um dos mais clássicos e históricos eventos de surf já produzidos no Brasil. Conte um pouco do início desse trabalho de jornalista em Santa Catarina e como transformou a sua vida, optando por morar São Paulo.

Eu iniciei no jornalismo fazendo fanzines enquanto estudante. Comecei a faculdade e já fazia estes informativos para retratar o universo do skate. Quando mudei para Florianópolis, ingressei na redação do jornal O Estado e acabei me envolvendo com alguns dos principais eventos esportivos do país como repórter. Participei de grandes eventos de surf da época como o Hang Loose Pro Contest de 1986. Também eventualmente retratava o meu esporte e colaborava com as revistas especializadas da época, como a Yeah! e a Overall. Em 1988 houve o convite para integrar a equipe da Overall como chefe de redação. Convite aceito, me mudei pra São Paulo e aí tudo começou. Foram 10 edições da Overall sob o meu comando (da número 9 ao 19), quando a Trip Editora mudou o foco de seu projeto e com isso parou com ela. Foi quando reunimos forças e comecei a revista Tribo Skate, em 1991.

 

Piscina Classe D, um clássico. Foto: Jerry Rossato Lima

 

2 – A Revista Tribo Skate é uma negócio estruturado há 25 anos. O que marca essa trajetória e que perspectivas desse business estão em comunhão com o momento atual, visando os próximos 25 anos?

25 anos depois desse início, a gente consolidou um dos pilares do skate brasileiro como um veículo de comunicação autêntico que retrata a cena, o mercado, o esporte, seus personagens em uma plataforma que inclui além da revista impressa, o site e as redes sociais. Nós sempre tentamos alinhar que o mercado precisava da comunicação de skate com o que se faz e se produzia. Acho que a Tribo Skate foi muito responsável, ao longo da sua trajetória, por ser uma das ferramentas para a consolidação do nosso mercado e com isso, a dos negócios envolvendo skate.

Com o advento da comunicação instantânea, com todo mundo achando que produz conteúdo, nosso papel é continuar servindo informação de qualidade que realmente seja referência, faça as pessoas refletirem e sirva de base para pesquisas e fonte de informação para a construção da história. Registramos os principais personagens, as marcas, os eventos, a evolução técnica. Nos próximos 25 anos o skate continuará precisando contar com esse alicerce de comunicação especializada.

 

Fs grind – Swell. Foto: Rodrigo K.b.ça

3 – Negócio x Skate. Como essa equação vem se consolidando ao longo do tempo?

Os primeiros skates chegaram no Brasil nos anos 60, mas a criação das primeiras marcas nacionais foi nos anos 70. Formava-se aí o mundo dos negócios do skate em nosso país. Nossa indústria desenvolveu-se de verdade nos anos 80 quando importar produtos do segmento era muito caro e havia a proteção de patentes o que dificultava a entrada de marcas estrangeiras em nosso território. Foi um crescimento enorme de nosso mercado, com a criação de nossas próprias marcas, ao contrário da Europa por exemplo, que se desenvolveu em grande parte importando produtos dos Estados Unidos. Nossa indústria produzia desde rodas até shapes, trucks, tênis específicos para a prática do esporte, equipamentos de segurança, etc.

O skate brasileiro aconteceu de uma maneira muito autêntica, criando um cenário esportivo com seus próprios ídolos, realizando circuitos e grandes eventos e isso refletiu. No início dos anos 90, nossos skatistas passaram a ter destaque mundial, a partir de nomes como Digo Menezes, Bob Burnquist, Carlos de Andrade e Rodil Ferrugem, nossos primeiros campeões mundiais de uma lista que hoje ultrapassa 60 títulos. Eles tinham estrutura esportiva, tinham talento e treinamento com suporte das marcas nacionais. Lógico que não começou agora, mas mais recentemente as marcas estrangeiras passaram a ter maior participação no mercado brasileiro. Passaram a investir em equipes, em marketing, nas mídias especializadas.A consolidação desse mercado gerou ao longo dos anos a criação da Confederação Brasileira de Skate, depois das várias outras entidades que a precederam. A junção da CBSK com as marcas mais atuantes e as revistas especializadas, buscou quantificar o nosso universo.

Foram quatro pesquisas Datafolha pagas pelo mercado do skate, sendo que a última, de 2015, apontou o número expressivo de 8 milhões e meio de praticantes no Brasil. O volume de negócios gerados pelo skate é enorme. Temos uma enorme rede de varejo, uma média de 15 eventos todos os finais de semana ao longo do ano todo, no território nacional. O skate impacta bastante a sociedade atingindo o poder público, que cada vez mais constrói skate parks e promove a modalidade em seus múltiplos alcances.

Rock n’ roll – Bowl da Costeira. Foto: Adriano Rebelo

4 – Como traduziria o atual momento do skate e que posição o Oi STU Open ocupa nessa evolução do skate?

O engrossamento desse caldo todo do skate brasileiro se deve à organização e profissionalização de todos os setores envolvidos, desde as entidades esportivas até o talento de nossos skatistas. Acredito que nossa confederação nos representará no processo olímpico até Tokyo 2020 e o Oi STU Open chegou nesse momento jogando luzes para esses novos caminhos. Um evento desse porte evidenciou o amadurecimento dos nossos profissionais, dos nossos dirigentes esportivos, com a união entre a FASERJ, a CBSK, a ISF e WCS. Olheiros da Street League, o mundo todo verificando mais uma vez a alta capacidade e organização dos brasileiros. A Rio de Negócios soube direcionar tudo isso de forma brilhante.

 

More news

Apresentado por

Viabilizado por

Apoio

Apoio Institucional

Parceria

Idealização e Realização